quinta-feira, outubro 24, 2019

terça-feira, junho 12, 2018

Amor, miojo?

No Brasil hoje se comemora o dia dos namorados.

A curiosidade é que a data foi criada pelo publicitário João Doria (pai do ex-prefeito de São Paulo) e é dia 12 de Junho, pois é véspera do Dia de Santo António, o santo casamenteiro. Ele apresentou a ideia aos comerciantes paulistas e a lançou em junho de 1949 com uma campanha cujo slogan era "não é só com beijos que se prova o amor" e logo o Brasil todo aderiu!
Veja! Nada de mais, a não ser uma data comercial, e assim não comemoramos com o resto do mundo (dia de São Valentim) porque se comemora em fevereiro (dia 14), quando já temos o carnaval. Porém foi em junho, pois não havia nenhuma data comemorativa que impulsionasse o comércio.

A bem da verdade o que me traz a escrever é sobre o que se insere em termos do  relacionamento. Sabemos que nessas datas muito se é dito, mas de fato pouco se é feito!

“O amor pode ser, e frequentemente é, tão atemorizante quanto a morte. Só que ele encobre essa verdade com a comoção do desejo e do excitamento.” Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman em seu “Amor Líquido” fala sobre a fragilidade em que nos encontramos nos relacionamentos em tempos de realidade virtual. Fala do liquido em contraponto ao sólido, a solidez, o líquido como aquilo que nos escapa às mãos.


Penso, ou sempre procuro pensar, no caminho que se traça. Como chegamos a isso ou aquilo? Qual processo percorremos, individual ou coletivamente?

O resultado não é só liquido é também instantâneo como uma Polaroid, mas não só, avançamos muito mais. Nesses dias não se quer nem mais esperar que o filme (instantâneo) se revele, não precisa, basta “postar”. Não precisamos mais curtir o jantar, aproveitar a suculência dos alimentos, precisa que seja rápido apenas para que vire um “history”, mesmo que se apague em 24 horas ou ainda mais rápido se for um “Snapchat”.

Esse é o resultado, mas e o caminho?
Vamos pensar na Polaroid, nasceu em 1937, lançou a máquina em 1949 (ao preço semelhante ao de um Iphone), popularizou no mundo na década de 70 e praticamente faliu em 2001. Já a Apple, nasceu em 1976, lançou o Iphone em 2007 (quase 10 após o surgimento dos smatphones) e virou coqueluche sete anos depois. 
Essa curta história paralela de duas empresas, ou dois produtos, me faz revelar uma constante: o consumo!
 O smartphone foi lançado em 1999, dois anos antes da “falência” da Polaroid.

Apesar da Polaroid estar à mão, era (e ainda é) usada apenas nas celebrações, viagens,etc..., a ideia era tirar, ou melhor, registrar os momentos de alegria, de relações sólidas. Já os smatphones estão à mão também para isso e muito mais: se comunicar!
As distâncias foram encurtados de tal forma que falamos com outros países por imagens, vídeos, assim criamos as redes virtuais e tudo o que todos vemos e sabemos. 

Mas, o que aconteceu com as relações? Apesar das distancias curtas, nos afastamos do contato, do afeto.

 O consumo e a tal psicologia moderna nos propôs relações com menos frustrações (ou nenhuma), não é preciso esperar ninguém chegar, podemos participar tudo em tempo real, acompanhar onde está pelo gps. Não precisamos mais de perguntas, temos muitas respostas, a ansiedade pela viagem, foi trocada pelos passeios virtuais, muita gente conhece seu destino sem nem precisar chegar. Criamos agendas tão bem planejadas que evitamos qualquer desconforto, assim ter uma mala extraviada é quase como o fim do mundo, pois prevemos tanto que deixamos de viver o inesperado, a adrenalina do novo!


Em tempos líquidos, não podemos mais esperar o ponto do macarrão, precisa ficar pronto rápido, instantâneo, mesmo que o gosto não seja lá essas coisas! 

Esperar o ponto do macarrão é como a paquera, literalmente vamos cozinhando a relação. A paquera é o primeiro ponto para nos conhecermos, é aquela fase do outro, do olhar, do descobrir do se encantar. À medida que a temperatura aumenta, não da água fervente (essa também) vamos nos dispondo (e não despindo) ao outro, até que ocorre o primeiro beijo (o ponto do macarrão), daí em diante nos misturamos, nos conhecemos e damos o primeiro passo à intimidade (o molho se mistura à massa), temperamos , sim nos temperamos, reconhecemos o humor um do outro, sua tez, textura, cores, toques e como a massa, é nessa hora e só nessa hora, que organizamos o ambiente, que alcançamos o ápice do desejo e nos deleitamos com os sabores que se aproximam.

Arrisco dizer que quanto mais nos detemos ao momento, quanto mais saborosamente curtimos a experiência, mais intensamente alçamos o êxtase dessa relação.
Repetir essa construção, dia a dia, aproveitar cada novo sabor, saber, novo tempero, voltar em outros, dialogar com esse novo, velho, é que nos faz solidificar as relações.

Mas o que fizemos? Trocamos o desejo pelo resultado, o sexo em si, não tem ebulição, o sucesso não é mais um caminho é uma forma de apresentação, um cartão de visitas, não é mais individual, para si, é para o outro, os outros.
Por quê?Por que precisamos parecer que somos, pois tudo é tão rápido que pouco importa o gosto, basta que rapidamente seja plástico, melhor, plástico eram as polaroides, precisa ser visto, é preciso ter a aparência!

Não estou falando de amor, amor é fluido, existe para todos nós, apesar de muitos ainda confundirem com paixão. A paixão pede o miojo, o amor a massa!

segunda-feira, maio 07, 2018

Palestra: O Profissional e a Educação no Século XXI




Dia 23 de Maio de 2018
das 18h às 21h
Inscreva-se
Acesse aqui
Instituo Racine
Perdizes, São Paulo

Programação:
18:00 - Recepção 
18:30 - Welcome Drink - Networking
19:00 - Apresentação dos apoiadores (5' cada)
19:30 - palestras (20' cada)
20:50 - Considerações finais
21:00 – Encerramento



O Profissional e a Educação no Século XXI – DV7 | Palestrantes |Desenvolvimento Pessoal | 2018 
Palestrantes: Alexandre Santucci, Rosana Giannoni, Simone de Paula e Solange Duarte
Local: Instituto Racine: Rua Padre Chico, 93, Perdizes
Data: 23 de Maio de 2018, das 18 às 21 h
Ingressos: 
aqui

segunda-feira, abril 30, 2018

A Mulher Que Ouvi-a Deus


Era uma vez uma mulher que um dia foi uma criança que ouviu falar de um certo homem chamado Jesus. Para essa criança o amor de Jesus pelo mundo era tão maravilhoso, que naquele momento ela decidiu também ser Jesus...

Muito tempo depois, essa menina tornou-se mulher e como muitos outros esqueceu sua infância, lembrava dos pipas dos irmãozinhos, das bonecas pintadas, das queimadas, até do “bullying” dos colegas da quarta série – apesar que na época chamava só tiração de sarro.

Natural esquecer-se, o mundo compõe uma musica dura, cheia de regras, muitas vezes sem escalas e melodias pobres e tocam tanto que esquecemos que somos perfeitos.

Ocorre que Deus não esquece, nenhuma criatura é esquecida pelo pai, mas ao contrário do que pensamos Deus está disposto a observar, muitas vezes nos salvar, nos livrar, mas permite que se trace o próprio caminho. E foi isso num dia em que essa mulher percebeu o Pai a salvando, se deu conta que não foi por si só. Naquele momento parou, olhou pro céu (pois foi assim que lhe foi ensinada) juntou as mãos e agradeceu a Deus. 

Meio sem jeito, não muito confortável, agradeceu: Obrigado Deus!
Naquela noite ficou pensando no que tinha acontecido, podia ter morrido, mas nada aconteceu, seu carro ficou destruído, mas ela, um ponto falso no queixo.  Dormiu, sonhou muito, no seu sonho um menina olhava para ele, a sensação de uma porta no sótão da casa, uma luz vinda de cima e o menina ali parada....olhando para ela!  Triste e sem saber o que significava despertou.  Tanta coisa, meu Deus!
Ao dizer isso, algo ecoou dentro dela,  meu Deus, aquela menina era eu mesmo, lembrou da sua candura, sua alegria, sua criança. A sensação do que chamamos intuição tomou conta e naquele momento, como uma profeta sugeriu: Deus? É o Senhor?
Os próximos minutos seriam um marco:
- Sim minha filha, mas fique em paz.
- Senhor, te dou graças e agradeço do fundo da minha alma!
- Minha filha sempre estive a seu lado, você?
- Pai, havia esquecido que a menina sonhava em ser Jesus, lembrei hoje!

Durante um bom tempo aquela mulher conversou com Deus, pela primeira vez em sua vida. Dormiu e quando acordou...”Era Deus, ou eu imaginando?”

Ao longo do tempo todas as noites falava com Deus, nem que fosse para pedir sua proteção, para agradecer, mas um dia incomodada, achando ser uma idiota e pensando falar consigo mesma, desafiou a voz. Pediu uma prova e a “voz” disse que dormisse. Naquela noite teve um sonho, por lugares, pessoas, um sonho limpo, claro. Quando acordou a voz lhe disse: segue!

E foi sem saber ao certo onde, entrou em seu carro e dirigiu, era apenas guiada pela voz e tudo o que foi sonhado aconteceu. Foi parar num encontro de levitas, cantores de louvor, revisitou todos os anos de sua vida, onde a “voz” mansamente perguntava, sentiu minha presença nesse ano? 
Uma experiência incrível, passando pela saudação de pássaros e um batismo em água corrente.
A experiência a fez corar e chorar, agradecer ainda mais.
Apesar de ainda chamar de intuição, agora ela sabe que é a “voz de Deus” e segue sempre, quando vai dormir, ou quando precisa de orientação, falando com Deus, pois sabe que Ele te ouve e ela 
ouve a Deus!

quarta-feira, abril 04, 2018

O Brasil não é para amadores

Troquei o final da frase de Tom Jobim, pois para principiantes ainda há esperança!
Amador é poético, é aquele sem experiência no que se propõe a fazer; diletante, curioso, ou o que ama algo ou alguém; que sente amor por amante. Ainda o que ama-dor!
Ainda parafraseando Jobim este é um país em que os políticos trabalham para si próprios, a justiça cria a sua própria, e o povo democrático não governa, mas torce por seus partidos ou identidades políticas. É ou não é um país de cabeça para baixo?

Se o brasileiro fosse profissional, ou ao menos realizasse com algum esmero suas atividades seriamos um país melhor, mas o brasileiro não sabe nem dirigir, dividir a calçada, melhor andar na calçada, esperar o sinal abrir, nem motorista, nem pedestre. Como esperar de quem mal consegue se dirigir em transito, que consiga entender o que é dirigir uma sociedade.
Olha que interessante, em 2014 70% dos brasileiros poderia votar, dividiram o voto quase a metade e meses depois foram as ruas pedir a saída do governo eleito. O curioso é que não queriam o outro candidato que dividiu a eleição. Para o povo ambos eram corruptos, incompetentes e inadequados ao cargo.  Em 2016 o maior colégio eleitoral municipal do país elegeu um prefeito que mal ficou um ano no governo e está para se candidatar ao governo do estado. O povo se cala!

52% dos eleitores em nosso país é composto por mulheres, que precisam todos os dias lembrar que são mulheres e merecem respeito. Elas são maioria, mas não se elegem!

Segundo a Inter-Parliamentary Union pouco mais de 10% dos deputados federais no Brasil são mulheres. Ocupamos o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela associação, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de ilhas polinésias.
A maior participação feminina no Legislativo que se destacam como exemplos tanto em sociedades claramente igualitárias entre os sexos – os países nórdicos (Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca) à frente, quanto países que implementaram cotas para mulheres nas cadeiras do Parlamento – destaco Finlândia 42% e Bolívia 51%.

Por que marcar Finlândia e Bolívia? Esses dois países tem índices de analfabetismo considerados 0%, sendo a Finlândia exatos e a Bolívia com cerca de 3% (no Brasil está acima de 7% e se consideramos os funcionais esse numero atinge níveis absurdos). Essa associação faço para demonstrar uma teoria; é através da educação que alcançamos equidade e justiça social.
Embora politicamente os países citados vivam momentos políticos e econômicos diferentes o acesso a escola cria naturalmente um empoderamento social. Há de convir que a Finlândia (ex-colônia Sueca) iniciou esse processo nos anos 50, enquanto a Bolívia cerca de 10 anos atrás.

Se quisermos um país levado à sério, de cabeça pra cima, é peremptório garantir o acesso à educação, promover as mulheres a postos de comando sejam eletivos ou do mercado de trabalho,  e de uma vez por todas votar em políticos, não só de ficha limpa, mas com uma ficha real de serviços prestados à população. O caminho para isso parte de toda sociedade, individualmente, é preciso retomar uma consciência de valores, de conduta social, sepultar o jeitinho brasileiro, praticar direitos e deveres, o respeito ao próximo e naturalmente plantar e cultivar gentileza e educação moral.

 Alexandre Santucci