quarta-feira, abril 04, 2018

O Brasil não é para amadores

Troquei o final da frase de Tom Jobim, pois para principiantes ainda há esperança!
Amador é poético, é aquele sem experiência no que se propõe a fazer; diletante, curioso, ou o que ama algo ou alguém; que sente amor por amante. Ainda o que ama-dor!
Ainda parafraseando Jobim este é um país em que os políticos trabalham para si próprios, a justiça cria a sua própria, e o povo democrático não governa, mas torce por seus partidos ou identidades políticas. É ou não é um país de cabeça para baixo?

Se o brasileiro fosse profissional, ou ao menos realizasse com algum esmero suas atividades seriamos um país melhor, mas o brasileiro não sabe nem dirigir, dividir a calçada, melhor andar na calçada, esperar o sinal abrir, nem motorista, nem pedestre. Como esperar de quem mal consegue se dirigir em transito, que consiga entender o que é dirigir uma sociedade.
Olha que interessante, em 2014 70% dos brasileiros poderia votar, dividiram o voto quase a metade e meses depois foram as ruas pedir a saída do governo eleito. O curioso é que não queriam o outro candidato que dividiu a eleição. Para o povo ambos eram corruptos, incompetentes e inadequados ao cargo.  Em 2016 o maior colégio eleitoral municipal do país elegeu um prefeito que mal ficou um ano no governo e está para se candidatar ao governo do estado. O povo se cala!

52% dos eleitores em nosso país é composto por mulheres, que precisam todos os dias lembrar que são mulheres e merecem respeito. Elas são maioria, mas não se elegem!

Segundo a Inter-Parliamentary Union pouco mais de 10% dos deputados federais no Brasil são mulheres. Ocupamos o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela associação, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de ilhas polinésias.
A maior participação feminina no Legislativo que se destacam como exemplos tanto em sociedades claramente igualitárias entre os sexos – os países nórdicos (Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca) à frente, quanto países que implementaram cotas para mulheres nas cadeiras do Parlamento – destaco Finlândia 42% e Bolívia 51%.

Por que marcar Finlândia e Bolívia? Esses dois países tem índices de analfabetismo considerados 0%, sendo a Finlândia exatos e a Bolívia com cerca de 3% (no Brasil está acima de 7% e se consideramos os funcionais esse numero atinge níveis absurdos). Essa associação faço para demonstrar uma teoria; é através da educação que alcançamos equidade e justiça social.
Embora politicamente os países citados vivam momentos políticos e econômicos diferentes o acesso a escola cria naturalmente um empoderamento social. Há de convir que a Finlândia (ex-colônia Sueca) iniciou esse processo nos anos 50, enquanto a Bolívia cerca de 10 anos atrás.

Se quisermos um país levado à sério, de cabeça pra cima, é peremptório garantir o acesso à educação, promover as mulheres a postos de comando sejam eletivos ou do mercado de trabalho,  e de uma vez por todas votar em políticos, não só de ficha limpa, mas com uma ficha real de serviços prestados à população. O caminho para isso parte de toda sociedade, individualmente, é preciso retomar uma consciência de valores, de conduta social, sepultar o jeitinho brasileiro, praticar direitos e deveres, o respeito ao próximo e naturalmente plantar e cultivar gentileza e educação moral.

 Alexandre Santucci